Pernambucano de origem e fascinado pelas artes e educação de surdos, é um renomado pesquisador e professor de Libras no Departamento de Educação do CERES-UFRN. Com um doutorado em Linguagem e Ensino pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), sob minha orientação, aprofundou seu olhar crítico sobre a arte surda, revelando como esse campo pode ampliar os horizontes das necessidades das pessoas surdas, que frequentemente são apagadas e silenciadas na sociedade.
Esta obra oferece uma perspectiva marxista sobre a representação e valorização das mãos na arte, especialmente nas produções artísticas realizadas por pessoas surdas. Por meio de uma abordagem bakhtiniana, o livro examina como as mãos refletem e refratam a realidade social de seus autores, expondo uma infraestrutura de exclusão e segregação que conduziu os surdos a realizar atos responsáveis e humanizados. O prefácio, escrito pela professora Beth Brait, uma referência nos estudos da análise dialógica do discurso na perspectiva de Bakhtin, enriquece ainda mais a obra.
Neste trabalho, são abordados temas como as mãos como manifestação ideológica, expressando protesto, defesa e revolta, e convidando o leitor a explorar o universo surdo. O pesquisador destaca como a marginalização e a invisibilidade da arte surda refletem a opressão exercida pela classe ouvinte, que muitas vezes se apropriou das expressões faciais e corporais surdas. Além disso, a obra propõe um diálogo sobre o significado das mãos surdas na arte, permitindo uma compreensão mais profunda da história, das lutas, dos desejos e das necessidades da comunidade surda, e sugerindo que a arte surda é um dos caminhos mais poderosos para que os surdos sejam finalmente vistos, respeitados e valorizados. Prof. Dr. Fábio Marques de Souza (PPGFP-UEPB; PPGLE-UFCG)