A presente obra, mais do que trazer uma História por meio das memórias de mulheres ciganas calins do Norte do Estado do Piauí, pode ser apontada como um texto-manifesto. Lenilson Rocha Portela analisa as condições de existência das mulheres ciganas do Piauí ao tempo em que faz uma denúncia social, pois reivindica que a sociedade, governantes e autoridades, nomeadamente, olhem para o povo cigano como cidadão e não como escória. Distinguir o povo cigano como cidadão exige conhecer melhor a sua cultura/tradição/costumes, romper com os preconceitos, descontruir estereótipos, propor políticas públicas e de inclusão como para qualquer outro sujeito social independentemente do gênero, raça ou classe. É também oferecer oportunidades para uma vida digna aos ciganos com maior acesso à educação, ao trabalho, sem a necessidade de se camuflar, de se esconder emoutro traje.