Desabrochar revela-se como seu nome propõe: o momento exato da germinação de um ser, o encontro (e o reencontro) deste com o seu próprio eu. Tal encontro se dá através de diálogos internos que, aliás, às vezes quer a interferência do outro (você, leitor), mesmo que seja, simplesmente, para mostrar que está ciente do seu olhar. É nesse sentido - dentre outros - que a obra se mostra bem humorada e ensaia uma conversa um tanto provocativa com o leitor, mas oportuna. Com uma linguagem, por vezes, objetiva, e, por outras, permeada de pausas reflexivas, a obra parece querer mostrar a crueza da vida, sua realidade intempestiva, mas isso é trazido de uma maneira tão singela e doce, que mais se mostra como uma poesia em prosa, uma poesia que revela beleza no improvável. Darliza Esteves
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