O presente livro, à princípio, poderia ser visto como mais uma história de uma instituição educacional, criada no século XIX, para instruir e formar profissionalmente os filhos de famílias pobres ou órfãos, disciplinando-os para a vida adulta na sociedade como trabalhadores qualificados. Não deixa de ser, uma vez que trata do contexto de criação do Instituto Paraense dos Educandos Artíficese de sua história como estabelecimento público na área da educação. Porém, o trabalho de Raíssa Cristina Ferreira Costa vai além da história do Instituto Paraense de Educandos Artífices, propriamente dita. [...] Quando Raíssa Costa constrói seu olhar de historiadora por dentro e a partir de dentro da instituição, atentando para os alunos, indo além dos percursos institucionais e dos discursos sobre a importância da educação, o faz porque escolhe como tema de sua investigação o seguinte problema: até que ponto a experiência escolar dos alunos internos do Instituto Paraense dos Educandos Artífices foi importante para suas vidas egressas como sujeitos que haviam de ser futuros cidadãos e trabalhadores?