Há frestas no real por onde o insólito se infiltra — e é nelas que este livro mora. Mestres do realismo fantástico e do terror nos ensinaram que o sobrenatural raramente está longe: ele apenas se disfarça nas coisas simples, esperando que alguém olhe de perto. Horas Ímpares nasceu assim — de um acaso que virou hábito, de um passatempo que se transformou em terapia, e de um autor que nunca planejou ser contista, mas acabou encontrando nas histórias estranhas uma porta, uma escapatória. Entre o fantástico e o cotidiano, o riso e o desconforto, esta coletânea reúne contos que exploram o absurdo, o mistério e a ternura escondidos na rotina. Cada narrativa vem acompanhada de uma nota pessoal — confissões breves, quase cúmplices, de quem reconhece que toda ficção é, no fundo, uma forma disfarçada de biografia. Leitura para quem aprecia o realismo mágico, a ficção científica e o terror humano, Horas Ímpares é um convite a enxergar o mundo sob outra luz — onde o extraordinário se esconde nas pequenas coisas, e o medo caminha de mãos dadas com a beleza.