Recordar é viver, já dizia um velho e sábio ditado popular!
Talvez nem me recorde há quantos anos estou aqui, nesse espaço, nessa comunidade, nesse microcosmo! O tempo passa, a vida vai escrevendo e reescrevendo seus capítulos, momentos felizes e tristes, começos e fins...
E assim, em meio às transformações da vida, continuo aqui, no mesmo lugar em que um dia servi de abrigo àquela família.
Da antiga estrutura de taipa, perdi algumas partes de minhas paredes, mas ainda continuo em pé, olhando aquela belíssima paisagem à beira do açude, com minha cansada e velha visão, perdida no tempo e na imensidão solitária daquelas paragens sem fim!
Não sei quanto tempo ainda sobreviverei. Só tenho uma certeza: enquanto meu esqueleto de varas e barro estiver subsistindo, sei que meus pensamentos também resistirão e, assim, minha história e de todos aqueles que foram meus residentes continuará vagando em minha cansada memória, em minha saudosa lembrança.
E a vida, assim como a história, vai seguindo o seu curso, livre e sem pressa, enroscando-se (aqui e ali) nas voltas ilusórias do Tempo e do Destino...