O trânsito entre o individual e o coletivo foi, sem dúvida, um dos agentes mobilizadores da reflexão de “Narrativas biográficas: da busca à construção de um método”. Isso porque nos 17 anos de pesquisa que culminou no projeto “Memórias Olímpicas por Atletas Olímpicos Brasileiros” pesquisadores e estudantes do Grupo de Estudos Olímpicos da EEFE-USP conviveram, compartilharam, ensinaram e aprenderam a arte de inventar, descobrir, construir e re-construir, se necessário, os caminhos para responder a tantas questões que surgem no encontro com pessoas que realizaram o feito incomum de ser um atleta olímpico. Mais do que abordar pessoas com roteiros pré-concebidos, buscou-se ao longo da pesquisa as marcas heroicas impressas nas narrativas de atletas em diferentes fases da carreira. Desde então, passadas quase duas décadas de buscas, é possível se ter cada vez mais tranquilidade para assumir que ouvir e contar histórias não é menos acadêmico, ou científico, do que qualquer outra forma de produzir conhecimento. O que muda é a forma de olhar para o mundo, para as pessoas e para o próprio texto que brota dos encontros com seres que nos tornam mais humanos.