A interdisciplinaridade da neurociência permite uma compreensão abrangente do funcionamento do sistema nervoso e seus desdobramentos em diversas perpassando por diversas áreas do conhecimento. Essa abordagem multifacetada possibilita uma compreensão mais profunda dos processos cognitivos, comportamentais e fisiológicos, proporcionando insights valiosos para a educação, a psicologia e outras disciplinas.
No contexto educacional, a aplicação dos princípios neurocientíficos contribui para o aprimoramento das práticas pedagógicas. A compreensão dos processos de aprendizagem e memória, por exemplo, permite que os educadores desenvolvam estratégias mais eficazes de ensino, adaptando-as às características individuais dos alunos. De acordo com Vantroba et al. (2023), a neurociência educacional no Brasil tem avançado, tornando-se uma ferramenta promissora para a otimização do processo de ensino-aprendizagem.
Quanto ao âmbito da psicologia, a interação entre ambas as disciplinas oferece uma base biológica para compreender os mecanismos subjacentes aos transtornos mentais. Estudos neurocientíficos, como os conduzidos por Costa e Alves (2023), têm explorado as bases neurobiológicas da ansiedade e da depressão, contribuindo para uma compreensão mais profunda dessas condições e, por conseguinte, para o desenvolvimento de abordagens terapêuticas mais eficazes.
Além disso, a colaboração entre a neurociência e outras áreas, tem implicações importantes na identificação e intervenção precoce em questões relacionadas ao desenvolvimento neuropsicomotor de crianças. De acordo com Borges e Coelho (2019), a abordagem multidisciplinar é fundamental para diagnosticar precocemente dificuldades no desenvolvimento infantil, permitindo a implementação de intervenções personalizadas.
Portanto, a importância multidisciplinar da neurociência é evidente.
Dra. Michele Aparecida Cerqueira Rodrigues
Coordenadora do Departamento de Neurociências e Desenvolvimento Humano da Unilogos