Catarina

— Sua mãe está morta, seu padrasto também. Eu sinto muito. A partir de agora, você e seus irmãos vão morar comigo. 

Com esta frase, o pai de Catarina, Arthur Coimbra da Assumpção, deu a pior notícia que ela e os irmãos, Samuel e Benjamin, filhos da mãe e do padrasto dela, jamais pensaram ouvir, mas que se tornou realidade depois da Covid-19.

No início da pandemia, em 2020, Salto, uma pequena cidade do interior do Estado de São Paulo, assim como a maioria das cidades do mundo, viveu o pânico de mortes e de contaminações que se seguiram em números alarmantes, varrendo a esperança e as perspectivas de que toda aquela tragédia um dia passasse.

É nesse cenário de medo, de incertezas e de isolamento que Catarina, uma adolescente de apenas 18 anos, tenta sobreviver com os irmãos de 15 e de 8 anos depois da morte da mãe e do padrasto.

Mas nem bem eles se instalam na nova casa e o pai de Catarina desaparece misteriosamente ao sair para comprar comida à noite.

Catarina e os irmãos se aventuram então pelas ruas de Salto para encontrar Arthur e desvendam uma cidade quase deserta e cheia de perigos, como três moradores de rua violentos e dispostos a tudo com quem são obrigados a se defrontar.

É nos sombrios caminhos dessa busca que Catarina encontra Jurandir, outra vítima da perda dos pais pela Covid-19. 

Eles se apaixonam e lutam juntos até o final para vencer todas as dificuldades da pandemia e das suas próprias carências. 

Afinal, desistir nunca foi um verbo conjugado por Catarina.