A alteridade dentro do conhecimento do Círculo de Bakhtin é algo crucial. É na relação com esta que se constituem os indivíduos e acontece a refração do ser no outro, que vai refratar-se. Quando um indivíduo se constitui, ele alterar-se-á instantaneamente, num processo que não vai surgir de sua consciência, pois é um fenômeno que se dá pelo meio social, dentro das diversas interações que esse sujeito vive, no uso de suas palavras e escolha de signos. Como sujeitos, nos constituímos e sofremos uma transformação por causa do outro. Na filosofia do Círculo bakhtiniano a ideia de alteridade vai se relacionar intimamente com a pluralidade, a heteroglossia, ou seja, a presença de muitos dentro de um, que vai constituir-se. Na obra 'Estética da Criação Verbal' o pensador russo afirma que não se pode defender um posicionamento sem relacionar-se com outras posições e isso nos leva a crer que para nos constituir e desenvolver nossa identidade, como sujeitos, nossos pensamentos e desenvolvimento de opiniões e visões, valorações, tudo, devem estar ligados a relações dialógicas que se interligam com esses conceitos do outro, fazendo com que a alteridade seja um ponto fundamental da identidade dos sujeitos. Os autores apresentam, neste trabalho, que dialogia e alteridade são as bases nas quais se fundamentam os conhecimentos dos autores referidos no estudo. O cinema vai ser o ponto de diálogo na relação não só entre um eu e um tu, mas vai ser a possibilidade onde se defende o consenso e busca defender que o diálogo não se faz somente por harmonia, mas pelo conflito e discordância. Bakhtin, Freire e Ribeiro são autores que trabalham e reconhecem que existe a polêmica nas relações humanas, que a luta de classes é algo palpável e reconhecível na sociedade, que os interesses criam antagonismos gigantescos em um país plural e multicultural. Prof. Dr. Ivo Di Camargo Jr. | Isbn: 9786580266340 | Autor: Fábio Marques de Souza Maxwell Barboza Soares