H. P. Lovecraft é um dos escritores mais conhecidos dentro do gênero do horror no mundo ocidental. Suas criaturas míticas e a forma de criar um terror atmosférico foram reutilizadas nos anos seguintes por diferentes gerações de escritores, que por sua vez influenciaram diretores de cinema, jogos de RPG e videogames. O sucesso que seu nome carrega, embora tenha sido póstumo, é deveras notável. Lovecraft é conhecido até mesmo por pessoas que jamais tiveram algum contato com suas obras, como se o escritor ultrapassasse invisíveis barreiras midiáticas e se espalhasse por diversos gêneros artísticos. Sua deidade mais conhecida, Cthulhu, se tornou seu maior símbolo, estampando selos, aparecendo em tatuagens, papéis de parede, camisetas e até mesmo virando chaveiro ou pelúcia. Entretanto, por anos foi ignorado um lado sombrio de Lovecraft que, por incrível que pareça, sempre foi muito explícito, com exceções de algumas edições de livros que preferiam suprimi-lo. Estamos falando do ódio de H.P. Lovecraft aos estrangeiros, a todos aqueles que não pertenciam a uma casta pretensamente ariana na sociedade estadunidense da década de 1920. Este ensaio não busca simplesmente problematizar o racismo dentro da obra de Lovecraft. Busca também indagar se a xenofobia faz parte da criação narrativa do autor. Suas linhas são recheadas de poesia, que, por meios líricos, descreve de forma preconceituosa as minorias imigrantes que habitavam os Estados Unidos no início do século XX. Teria Lovecraft se utilizado do racismo como uma ferramenta literária? ISBN: 9786589880882 | Editora: Telha | Autor: Luis Otávio Canevazzi