Esta obra nos convida a entender os escritos de Bakhtin como atuais, como transgredientes, como marcas de intersecções entre memórias, como possibilidades de articulação entre homem, sociedade, linguagens e cultura. Em suma, conforme Bakhtin (citado no trabalho), “[...] cada palavra (cada signo) do texto leva para além dos seus limites. Toda interpretação é o correlacionamento de dado texto com outros [...]”. Nesse sentido, o texto da linguagem cinematográfica estudada por Ivo Di Camargo Junior e registrada neste livro funciona como uma referência que assume, em consonância com a Teoria Dialógica da Linguagem, um trato analítico de materialidades discursivas, verbais e não verbais, como se configura o cinema, atravessado pela relação discurso na vida e discurso na arte e pelo reconhecimento da incompletude da palavra, do ser e, consequentemente, da memória.
Prof. Dr. Manassés Morais Xavier
Professor de Língua Portuguesa e Linguística
Universidade Federal de Campina Grande, UFCG