A Coletânea “Cartas sobre os Créditos de Carbono”, do engenheiro florestal, escritor, poeta e estudioso marajoara Carlos Augusto Ramos, nasceu de um tempo de muitas inquietações. E evoluiu com o passar do tempo e o aprofundamento destas inquietações - um tempo que condensa um ontem, um hoje e que traz contundentes ponderações a respeito do futuro.
Esta Coletânea segue uma linha lógica de pensamento, que retrata a dimensão da inquietação e da curiosidade do autor ao perguntar o porquê das coisas. Quanto mais se pergunta, mais ele descobre que ainda tem muito a desvendar nesta engrenagem confusa e propositadamente complexa do que está sendo chamado de mercado de compensação ambiental, que se pretende vender como resposta ao esgotamento do planeta, que já vem gritando por socorro há pelo menos 30 anos.
As Cartas retratam de forma contínua o processo que vem ganhando força e grande expressão no mercado internacional, onde são negociados créditos de carbono como se fossem um bem de uso comum, mas que segue o formato de comercialização de comodities, sendo, pois, regulado pelo grande mercado internacional e negociado em bolsas de valores.
Mas, afinal, o que são os créditos de carbono? De forma bem simples, pode-se dizer que os créditos de carbono são uma espécie de crédito que a pessoa ou empresa tem, como num banco. Todavia, nesse caso, o banco é de todos nós, isto é, o planeta Terra, que não está feito de partes desconexas, mas é um todo interligado.
O jogo é audaz: há lugares onde a natureza ainda é abundante e preservada, com grande capacidade de transformar gases poluentes em oxigênio; e existem os grandes poluidores, que desejam continuar seus negócios lucrativos sem se importarem com as consequências criminosas de sua atuação.