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Diálogos da educação com Bakhtin, Freire e Vigotski - Vol 2

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“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar” (Fernando Birri, por Eduardo Galeano, In: Las palabras andantes)

“[...] todo amanhã se cria num ontem, através de um hoje [...]. Temos de saber o que fomos, para saber o que seremos” (Paulo Freire)

“E a cigana analfabeta lendo a mão de Paulo Freire” (Chico César)

“Em tudo ouço vozes”. São essas vozes de Bakhtin e o Círculo que nos convidam ao dialogismo alteritário com Paulo Freire e Vigotski neste livro. O pensamento do uruguaio Eduardo Galeano nos incentiva a não deixar de caminhar rumo à uma pedagogia do devir, do possível e necessário, do vir a ser a partir da consciência do inacabamento.

Neste contexto, o poeta do sertão paraibano Chico César, ao cantar que a cigana analfabeta lê a mão de Paulo Freire, nos remete à visão do educador pernambucano de que a leitura do mundo sempre precederá a leitura da palavra-mundo.

Por fim, Vigotski, conterrâneo de Bakhtin, nos (re)lembra que a nossa relação com o mundo não é direta, mas mediada, primeiro pela língua(gem), depois, pelas ferramentas e artefatos semióticos e que nós, educadores, seremos sempre mediadores estratégicos de aprendizagens possíveis.

São todas as vozes, juntas e misturadas, que nos convocam, nesta obra, a pensar os desafios da educação do presente e das potencialidades para uma educação do futuro. Paulo Freire nos alerta que o amanhã que desejamos se cria a partir de um ontem, por meio do nosso engajamento e ação, de forma que saibamos o que fomos e o que poderemos ser na busca por projetar uma educação que dê conta do tempo presente.

Boa leitura!

Prof. Dr. Fábio Marques de Souza

Departamento de Letras e Artes, Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)