Abya Yala. É dessa terra que falamos, terra que foi invadida e saqueada em suas riquezas materiais e em suas epistemes. Corpos objetificados e escravizados, racializados. Culturas, línguas e educação dilacerados. A colonialidade e a modernidade impuseram padrões e criaram a ideia de raça. Nesse sentido, o europeu seria a raça pura e dominante. Tudo o que não correspondesse a esse padrão poderia ser descartado, desqualificado e silenciado. Essa espoliação recorrente deixou marcas, as quais têm no racismo e no patriarcado seus construtos mais pulsantes: a colonialidade. É a partir da lógica da branquitude/branquidade que se constrói uma geopolítica do conhecimento, que vai tratar de reconhecer somente aquilo que é válido para nutrir o estratagema dessa colonialidade.
Partindo desse cenário assombroso, a educação se configura como um braço forte para esse ideário, e, assim, todo um currículo impregnado de racismo, machismo, misoginia e da suposta cristandade europeia é formulado a fim de atender a essa minoria dominante. Opera-se, desse modo, a lógica dos vencedores e dos vencidos. Entender esse processo histórico é parte vital se queremos desconstruir padrões e tomarmos um sul nas nossas trajetórias.
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