Compreender o modo de vida cotidiano teresinense e seus conflitos mediante os avanços da modernidade e civilização é importante para entender a capital piauiense como um espaço de dinâmica social e um ambiente de múltiplas sociabilidades. A presente pesquisa teve como escopo analisar a percepção teresinense em torno do processo de civilização difundido pelos cronistas entre os anos de 1900 e 1930. Para alcançar este objetivo, foram utilizados como fontes matérias de jornais, relatos memorialistas e vasta literatura piauiense que trata do tema. Porém, o principal meio de acesso a essas transformações no espaço urbano foi através das crônicas publicadas nos jornais locais, pois são elas aquilo que há de mais singular e de mais cotidiano de uma época. O resultado das análises revela que a inserção da população ao mundo moderno se dá em meio a traumas e dissensos, isso porque Teresina ainda tinha fortes raízes ligadas aos costumes tradicionais. Ademais, essa “sociedade do progresso” é testemunhada pelos teresinenses, não somente pelas mudanças técnico-científicas, mas pelo modo de vida das pessoas, suas sociabilidades, sua forma de morar, seus hábitos e costumes