Esse livro nasce de muitas inquietações e tensões. De um lado a ideia de que as/os trabalhadoras/es no contexto esportivo não estão em uma espécie de “lista de prioridades”, perante tantas outras categorias em intensa situação de precariedade laboral. É neste caminho que parece existir uma espécie de ponderação daqueles que “sofrem mais” (trabalhadores de diferentes contextos), daqueles que supostamente “sofrem menos” (atletas de todas as modalidades e níveis de excelência). Assim, surge dessas problematizações a necessidade de convidar pesquisadoras/es reconhecidos em seu fazer, nestes dois campos do conhecimento – trabalho e esporte – para um diálogo arenoso, tenso e repleto de incompletudes. Essa ousadia que tivemos, resulta no presente livro, inédito em nosso país, que talvez seja um marco inicial destas reflexões, para quem sabe, futuramente, termos avanços neste território. Assim, convidamos as leitoras e os leitores para caminhar conosco nessa aventura, em um campo devastado pelo capital, invisibilizado pela romantização em torno do esporte de rendimento e invadido com os discursos que envolvem a lógica da performance.